

Transtorno afetivo bipolar – o segundo polo, a depressão
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O transtorno bipolar acomete cerca de 1% da população e os indivíduos afetados frequentemente apresentam quadro depressivo prolongado, com necessidade de uma abordagem complexa, muitas vezes com combinação de medicações e psicoterapia. Geralmente se desencadeia em adultos jovens, sendo que a maior parte dos indivíduos manifesta as primeiras alterações até os 25 anos de idade.
Os quadros depressivos do transtorno bipolar podem ser idênticos ao da depressão dita unipolar, ou seja, quando nunca houve um episódio de mania durante a vida. A diferença é que a depressão bipolar tende a ser mais grave, duradoura e de difícil tratamento. Sabe-se que no transtorno bipolar o rebaixamento do humor tende a predominar ao longo do tempo e os indivíduos podem passar a maior parte do tempo de suas vidas deprimidos.

A depressão bipolar é um diagnóstico difícil, já que depende de várias informações minuciosas de momentos diferentes da vida do indivíduo, inclusive com a observação de terceiros sobre possíveis alterações. O quadro clínico é diferente em cada paciente: alguns têm apenas um ou dois episódios que não se repetem, enquanto outros têm vários episódios em poucos anos. Existe também a possibilidade também de um quadro misto entre mania e depressão, que costuma parecer um quadro de hiperatividade e agitação acompanhada de pensamentos negativos e irritabilidade.
Da mesma forma como ocorre com a mania, cada sintoma individual da depressão pode ser sentido por qualquer pessoa de tempos em tempos mesmo que não esteja deprimida. Para se caracterizar um transtorno, várias características devem estar presentes simultaneamente e serem intensas e prolongadas o suficiente para prejudicar o seu funcionamento social e tornar o indivíduo diferente de seu estado normal.